REVISTACIENTIFICAMULTIDISCIPLINARNUCLEODOCONHECIMENTO

Revista Científica Multidisciplinar

Pesquisar nos:
Filter by Categorias
Administração
Administração Naval
Agronomia
Arquitetura
Arte
Biologia
Ciência da Computação
Ciência da Religião
Ciências Aeronáuticas
Ciências Sociais
Comunicação
Contabilidade
Educação
Educação Física
Engenharia Agrícola
Engenharia Ambiental
Engenharia Civil
Engenharia da Computação
Engenharia de Produção
Engenharia Elétrica
Engenharia Mecânica
Engenharia Química
Ética
Filosofia
Física
Gastronomia
Geografia
História
Lei
Letras
Literatura
Marketing
Matemática
Meio Ambiente
Meteorologia
Nutrição
Odontologia
Pedagogia
Psicologia
Química
Saúde
Sem categoria
Sociologia
Tecnologia
Teologia
Turismo
Veterinária
Zootecnia
Pesquisar por:
Selecionar todos
Autores
Palavras-Chave
Comentários
Anexos / Arquivos

A inovação como resposta as demandas educacionais

RC: 62410
336
Rate this post
DOI: ESTE ARTIGO AINDA NÃO POSSUI DOI
SOLICITAR AGORA!

CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

DAMASCENO, Maria de Nazaré Lima [1], KLEIN, Fernando [2]

DAMASCENO, Maria de Nazaré Lima. KLEIN, Fernando. A inovação como resposta as demandas educacionais. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed. 10, Vol. 14, pp. 96-108. Outubro de 2020. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/demandas-educacionais

RESUMO

O desenvolvimento social, econômico e cultural de um país está intimamente relacionado à qualidade da sua educação e a aquisição de novos conhecimentos, e de novas formas de adquirir e transmitir esses conhecimentos, passa a ser fundamental que se pense em futuras perspectivas. Já que a educação precisa ser visada em metas para o futuro. Seguindo esse pressuposto, a educação se faz necessário ser apresentada por visionários que influenciem os estudantes a olharam para o futuro, perguntando assim, como ensinar, como aprender, tornou-se um ponto crucial dentro do sistema educativo de uma nação. Este trabalho, através de revisão bibliográfica, busca refletir sobre a educação no contexto da globalização e da era da informação, destacando a importância e a necessidade de práticas inovadoras no processo de ensino-aprendizagem e consequentemente nas mudanças sociais, culturais e econômicas de um povo, abordando algumas categorias importantes dessas práticas. A inovação, aplicada ao processo de ensino-aprendizagem, é capaz de promover a transformação tanto dos educadores como daqueles que recebem essa educação que aplica esses métodos de ensino e aprendizagem.

Palavras-chave: Educação, inovação, cultura.

1. INTRODUÇÃO

Segundo Cardoso (1997), no mundo contemporâneo a inovação se caracteriza como sendo uma necessidade premente diante das mudanças sociais, culturais e tecnológicas possibilitando o desenvolvimento de recursos e oportunidades quase ilimitadas, em vários campos de atuação da sociedade moderna. A inovação, através de transformações importantes nas mais diversas áreas, vem promovendo a evolução da humanidade e contribuindo com as mudanças culturais e sociais que se percebe nas civilizações ao longo do tempo. A atual sociedade cada vez mais globalizada possui como principal exigência, a atuação do homem para o desenvolvimento das inovações contemporâneas.

Cardoso (1997) ainda ressalta que devemos ter em mente que inovação não se trata de uma simples renovação, reforma ou uma mudança qualquer. A inovação implica em uma mudança radical diante de uma situação vigente, mesmo que seja temporária e até parcial. A inovação não é somente conceitual, mas, principalmente, modificadora dos paradigmas existentes, de maneira profunda e marcante. Temos que entender a inovação, não como uma mudança qualquer, mas como uma mudança intencional, consciente, visando alterações de paradigmas. A inovação traz algo de novo, deliberado, consciente e persistente.

De acordo com Bruno Faria e Fonseca (2014) a inovação tem sido uma meta de diferentes tipos de organizações, assim, em cada realidade, aspectos devem ser observados a fim de fomentar ou eliminar as barreiras que podem dificultá-la. Trata-se de um construto complexo, com diferentes concepções, dimensões e contextos de aplicação que, por consequência, são compreendidas sob diferentes abordagens teóricas em vários campos do conhecimento, ramos de atividade e setores industriais.

Uma vez que a maioria das organizações se depara com a mudança como algo inevitável, elas necessitam de uma análise em profundidade dos valores, crenças e padrões de comportamentos que guiam o dia a dia do desempenho organizacional.

Edward Burnett Tylor (1871) apud Velho e Viveiros de Castro (1978) enfatiza que “cultura ou civilização… é todo complexo que inclui conhecimento, crença, arte, leis, moral, costumes, e quaisquer outras capacidades e hábitos adquiridos pelo homem enquanto membro da sociedade.”

Kaasa e Vadi (2010) apud Bruno-Faria e Fonseca (2014), apontam que o multiculturalismo existente entre um mesmo povo, entretanto de regiões distintas se torna uma barreira. A cultura apresenta, como principal característica, a adaptabilidade, ou seja, a capacidade que os indivíduos têm de responder aos estímulos que recebem do meio em que vivem, identificando-se com as mudanças de hábitos, valores e conceitos adotados pelo grupo social a que pertencem, de maneira mais rápida e significativa.

Cultura também pode ser caracterizada por permitir que as modificações produzidas e trazidas por uma geração anterior, passem à geração seguinte, continuando sua transformação, perdendo e incorporando outros aspectos, fazendo assim com que haja uma mudança no modo de viver das novas gerações. Desse modo, a cultura está sempre em desenvolvimento, pois recebe influência das novas maneiras de pensar, as quais são inerentes ao processo de desenvolvimento do ser humano.

Temos ainda que a cultura para Bauman (2002) apud Pessoa (2007), ao mesmo tempo em que se apresenta como um fator motivador do processo criativo, já que disponibiliza o conhecimento de um povo, uma civilização, o qual pode ser acessado por qualquer indivíduo, também se apresenta como sendo um fator de restrição, já que os valores morais e principalmente as leis, agem de forma reguladora e normativa da conduta dos indivíduos que pertencem àquele grupo social. Dessa maneira, a cultura assume a forma de um paradoxo lógico incorporando uma concepção da condição humana moderna reciclada, que gerou dois discursos opostos: um que reforça a ideia de cultura como espírito livre, a criatividade, a invenção, e o outro, que admite a cultura como um instrumento de continuidade, a serviço da rotina e da ordem social.

Segundo Tomaél et. al. (1995) A busca constante pela inovação, através da criação e do desenvolvimento de novos produtos e processos, diversificação, qualidade e absorção de tecnologias avançadas, é indispensável para assegurar elevados níveis de eficiência, produtividade e competitividade nas mais diversas áreas da sociedade.

A área da educação assimilou o conceito do termo inovação a partir da cultura empresarial e da administração, onde tal conceito é voltado principalmente para a produção, sendo agregado pela educação já incorporando a certeza de que os avanços científicos e tecnológicos seriam suficientes para determinar o desenvolvimento econômico, social e cultural.

De acordo com Gómez (2007) o conceito de inovação surgiu e se alimentou da conhecida perspectiva do “progresso social” (BELTRÁN, 1976), para o qual o resultado da inovação tecnológica deve ser, a um só tempo, visível e mensurável, e seu benefício deve consistir, simultaneamente, em “alguma coisa boa” e que suponha um “valor agregado”, seja para o indivíduo, o produto em questão ou o antigo processo, sempre que esses componentes constituam objetos de inovação.

Neste contexto, a inovação, dentro do processo de ensino-aprendizagem, tende a transformar não somente os educadores, que atuam como agentes multiplicadores do conhecimento, mas, principalmente, àqueles que recebem os conhecimentos adquiridos através de técnicas de ensino inovadoras associadas ao conhecimento tradicional obtido nas escolas, de modo que haja o aprendizado eficiente do conteúdo abordado. A transformação ocorrida nesse processo influência de maneira objetiva o modo de vida desses indivíduos, agindo não somente como elemento motivador da quebra de paradigmas educacionais, como também fazendo com que sejam incorporadas novas concepções, novos valores, novas formas de agir e pensar, interferindo significativamente nos aspectos sociais, nos costumes, nas manifestações linguísticas e comportamentais desses indivíduos.

2. DESENVOLVIMENTO

A educação tem sido uma das áreas onde a inovação promove avanços importantes na forma de como ocorrem o ensino e a aprendizagem em seus diversos níveis. Cada vez mais a sociedade, através das novas tecnologias, cobra que a educação aponte métodos que respondam de uma forma adequada e eficiente na transformação de como são transmitidos os conhecimentos dentro e fora da sala de aula.

Apesar de o entendimento que todos parecem ter de que a inovação é uma das exigências prioritárias no sistema educativo, constata-se, por vezes, a falta de iniciativa, ou quando muito, uma lenta movimentação rumo à transformação. As escolas, na sua maioria, estão inseridas em um modelo tradicional, que se estabeleceu baseado em uma realidade social de séculos atrás e não mais existente na atualidade, apresentando uma evolução lenta, e por vezes, estática, não adequada às atuais demandas da nossa sociedade que se apresenta em constante mudança.

Sem dúvida, embora mais lentamente que o desejável, o sistema educativo vem passando por um período de reorganização, necessário à adaptação aos novos tempos. Daí a necessidade de pensar em estratégias, nas quais a inovação esteja presente e, partindo desse ponto, desenvolver planejamentos que envolvam os estudantes numa educação para desenvolver competências e habilidades para a produção de novos conhecimentos, por meio da integração das diferentes áreas do conhecimento.

Uma proposta inovadora que está sendo adotada por vários centros educativos na tentativa de melhorar o ensino é o trabalho interdisciplinar.

Morin (2005) apud Broch (2014), observa:

(…) pela polissemia e imprecisão, é difícil conceituar os termos interdisciplinaridade, multidisciplinaridade, transdisciplinaridade e meta disciplinaridade. Se a interdisciplinaridade significa simplesmente troca e cooperação entre as disciplinas, a transdisciplinaridade, por outro lado, prevê que se trate “frequentemente, de esquemas cognitivos que podem atravessar as disciplinas, às vezes com tal virulência que as deixam em transe.”

Com isso, justifica o trabalho com realidades globais, uma vez que o sujeito está inserido numa sociedade de várias dimensões que abarca o que é da racionalidade, da afetividade, do histórico e do social. Broch (2014) destaca ainda que não podemos destruir o que as disciplinas criaram, não podemos romper todo o fechamento disciplinar, pois há o problema da disciplina, o problema da ciência, bem como o problema da vida. Por isso, nota-se que a disciplina deve trabalhar suas particularidades, sem deixar de estar em contato com o que é científico.

Assim, é necessário considerar, não somente as diferentes ciências, mas também, o avanço tecnológico e as redes de informação, que definem os novos rumos da educação, junto ao que se refere a valorização da natureza, o despertar para a sustentabilidade e a globalização, que aproximam a compreensão dos saberes com as diferentes áreas do conhecimento, portanto, da interdisciplinaridade.

Ao trabalhar com a definição de responsabilidade social no que se refere aos meios de comunicação, também formadores (e possivelmente mais abrangentes e efetivos que os escolares) Rey (2009) traz à baila uma citação de Adela Cortina que escreveu que “la ética es rentable para el negócio”.

Depois comenta sobre isto: “Tener un enfoque de responsabilidad social es un valor agregado que cualifica la competitividad en mercados cada vez más exigentes, y a la vez es una marca de innovación y de futuro.”  Desta forma o autor reforça que é necessária a formação de cidadãos conscientes, ou seja, responsáveis socialmente, capazes de conservar, se adaptando de forma mais efetiva ao meio no qual se encaixam.

Para que ocorram as inovações no ensino é preciso vontade e engajamento dos indivíduos envolvidos nas atividades do cotidiano escolar, principalmente professores, principais agentes que colocarão as ações em prática, alunos e pais. Os primeiros deixaram de ser os detentores do conhecimento e transmissores de valores, passando a ser multiplicadores do saber. Por isso, é importante a realização de formação continuada para os docentes, uma vez que alguns, que estão no exercício de sua profissão há algum tempo não receberam formação adequada aos novos tempos. Outros receberam em seus cursos discursos inovadores, no entanto, na prática das aulas que tinham, seus professores eram sistematicamente tradicionais.

Com os novos professores, que estão sendo formados no novo contexto universitário ou os que estão realizando nova formação na atualidade, está ocorrendo uma ativação nos processos de aprendizagem e de tomada de consciência, desta maneira, incrementando o processo de transformação nas práticas educacionais.

De acordo com Checchia e Palomo (2013):

Concretamente en la educación superior, a partir de los años 90 se inicia un importante debate sobre la necesidad de llevar a cabo profundas transformaciones cuantitativas y cualitativas como respuesta a las nuevas demandas económicas, sociales y educativas. Aspectos tales como la apertura de los mercados, la internacionalización de las economías, la globalización y la diversificación de los sistemas productivos, reclaman a las instituciones de educación superior formar graduados preparados para actuar en un entorno cambiante, donde las competencias profesionales se presentan como factores distintivos de la calidad de la formación.

Muitas experiências estão sendo realizadas com a integração das diferentes áreas do conhecimento através de projetos de aprendizagem, que ainda são recentes. Existe uma intenção de diálogo entre os saberes das diferentes disciplinas, assim, a particularidade de cada uma é mantida, mas os saberes se cruzam, mostrando que há um espaço comum. Para ser mais significativo, normalmente, parte-se de temas/assuntos de interesse dos próprios estudantes. Eles selecionam perguntas de investigação que estejam relacionadas ao seu próprio cotidiano. Para tal realização, é preciso que os educadores se convençam de que é necessário oportunizar autonomia aos estudantes. Eles assumem, primeiramente, responsabilidades sobre as suas ações dentro da escola para, depois, refleti-las em outros contextos fora do entorno escolar.

Nas palavras de Freire (1996, p. 93), “… o educando que exercita sua liberdade ficará tão mais livre quanto mais eticamente vá assumindo a responsabilidade de suas ações. Decidir é romper e, para isso, é preciso correr o risco.” Muitas dessas experiências estão, como se observa, usando novos métodos de ensino e mudanças nas práticas e crenças dos professores.

Outro ponto que não pode ser descartado ao pensar em projetos educacionais inovadores e o uso de novos materiais ou recursos durante as aulas. O uso das tecnologias está aumentando com o processo de integração econômica, social, política e cultural. É impossível não “adotar” novidades na educação, uma vez que o mundo está conectado/integrado. Há contaminação cultural e consequentemente consciência da existência de realidades diferentes.

Os desafios para empregar habitualmente as tecnologias que temos à disposição são muitos e perpassam desde a preparação do material humano para fazer uso das diferentes linguagens e recursos tecnológicos, existência de recursos adequados à região, até a constituição de uma base para a construção do sentido por parte do estudante, que é um fator de extrema relevância para o mesmo.

Nesse sentido, a formação da cidadania em um novo ambiente global, com a universalização do acesso à educação, deve enfatizar e utilizar as diferentes linguagens e recursos tecnológicos como sendo elementos para a superação da situação dos que se encontram marginalizados na sociedade.

O trabalho inovador, feito através de projetos de aprendizagem, exige o planejamento de atividades que utilizem diferentes recursos que se complementem, buscando a autonomia do aluno, para que ele se torne, dentro do grupo, capaz de apresentar uma atividade, bem como desenvolvê-la e avaliá-la. Traz a ideia de que a motivação, a criatividade, a autoavaliação e a própria construção do conhecimento fazem parte do processo educativo.

De acordo com Magdalena e Costa (2002, p. 50) apud Santos:

As autoras evocam o termo construção, em detrimento do termo instrução, para colocar em evidência algumas ideias centrais da pedagogia de projetos, com as quais compartilhamos totalmente. Primeiramente, trata-se do processo interativo em que conhecimentos estão em permanente construção, independentemente da intervenção direta do professor, quebrando os vínculos de dependência do aluno com relação a este último, sem, no entanto, diminuir-lhe a importância na dinâmica da relação educativa.

Na sequência o mesmo autor cita Kolb (1984) para tratar da importância da aprendizagem significativa em projetos, explicando que o estudante parte de uma experiência concreta, passa pela observação refletida, pela conceituação abstrata e chega à experimentação ativa, recomeçando o processo logo em seguida. Assim, toma consciência através da incorporação da cooperação e da reflexão.

O uso do computador e da informática aliados aos conteúdos a serem desenvolvidos permitem que os alunos tenham as condições necessárias para estarem envolvidos com a própria formação, o que pode causar um efeito mais significativo. Outro fator positivo e que serve tanto para pesquisar, como para comunicar ou expressar. Também pode servir como suporte para o uso de algum aplicativo ou software educativo.

É interessante ressaltar que a formação continuada do professor pode ocorrer também pela possibilidade de trocar informações com os alunos, que muitas vezes sabem lidar com as tecnologias de maneira mais eficiente que ele, então, também ocorre aprendizado por parte do corpo docente. Dependendo de como houver esse diálogo, de inovação e interação entre professores, estudantes e conhecimento, a relação entre eles pode ser envolvente, o que leva ao êxito educacional. Quando se abordam as formas inovadoras para disseminar conhecimentos associados aos recursos tecnológicos como elementos para maior integração social e aplicada ao processo ensino-aprendizagem, tem-se como desafio recriar os métodos de ensino e aprendizagem, possuindo como objetivo principal que a utilização de métodos de ensino arcaicos que estão cada vez mais entrando em desuso, se tornando assim inviáveis.

Ao contrário, são feitas adaptações, pequenas mudanças, insuficientes diante de um recurso que permite que se aprenda continuamente, de forma flexível, quer sejam reunidos numa sala de aula ou em partes separadas do globo, mas conectados através de redes. O ensino tradicional, de forma presencial, se virtualiza e a distância se elimina. A condição tradicional onde ocorrem as reuniões entre professores e alunos em um mesmo espaço físico, atualmente pode ser mesclada com atividades e encontros virtuais dentro e fora do espaço escolar, utilizando-se da tecnologia da Internet, com a aplicação, entre outras possibilidades, da educação à distância, aproximando as pessoas apesar de suas diferentes realidades e origens, possibilitando o processo de inclusão escolar, através de interação em tempo real, fazendo com que os professores e alunos, dessa forma, estabeleçam comunidades de aprendizagem mais eficientes do que o ensino tradicional, promovendo um aprendizado significativo.

A educação presencial começa a ser fortemente modificada e organizações, professores e alunos têm sido desafiados a encontrar novos modelos para novas situações. O processo de ensino-aprendizagem não se restringe, atualmente, às atividades realizadas unicamente no ambiente escolar. Caracteriza-se por alterar e modificar profundamente a forma com que se transmite o conhecimento, utilizando-se não somente do espaço presencial, mas, também, do espaço virtual, que pode ser acessado de acordo com as possibilidades de cada aluno e professor. Com isso, criam-se oportunidades de realização de pesquisas e de interação entre os participantes dos grupos virtuais em tempo real, fazendo com que haja um aprendizado com maior amplitude e abrangência, já que podem ser acessadas as páginas na Internet, facilitando a pesquisa de textos, conteúdo das mais diversas disciplinas ministradas aos alunos. Além disso, abre-se a oportunidade de comunicação através do envio e recebimento de mensagens eletrônicas, propiciando também a discussão de questões e participação em fóruns ou salas virtuais, fazendo com que haja um maior compartilhando das pesquisas realizadas e dos resultados obtidos. Isso propicia que as discussões sobre os temas apresentados sejam mais ricas e mais proveitosas, preparando os alunos também para a vida como um todo, já que a realidade virtual é uma tendência em nossa sociedade.

Para que haja a atuação do processo na educação, existe a necessidade de que ele seja devidamente capacitado para o adequado uso dessa nova ferramenta de trabalho. Essa nova forma de atuação do professor exige maior dedicação por parte dele, além de suporte de uma equipe técnico-pedagógica. Para os alunos, há um ganho grande relacionado à personalização da aprendizagem e à adaptação ao seu ritmo de vida.

Segundo Moran (2006, p. 5) “Aprender a ensinar e aprender integrando ambientes presenciais e virtuais é um dos grandes desafios que estamos enfrentando atualmente na educação no mundo inteiro.”

Contudo, um grande desafio que precisa ser vencido é o fato de que ainda existem poucos profissionais capacitados para preparar e gerenciar os recursos necessários para a elaboração dos conteúdos desses cursos virtuais, além de poucos profissionais aptos a atuar como multiplicadores do conhecimento na realização de cursos semipresenciais e de educação à distância. Dessa forma, essa é uma área em que se vislumbra um grande futuro, mas onde ainda se tem experimentado, pesquisado, sendo necessário promover a capacitação e o treinamento adequado daqueles que serão os multiplicadores do conhecimento, tenho como ferramenta, o mundo virtual.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A evolução, ocorrida nas últimas décadas, atribuída às ações inovadoras, tem implicações significativas no processo de ensino-aprendizagem. Muito se fala a respeito de uma modalidade de educação inovadora, que muitas vezes está apenas apresentada na teoria, enquanto na prática percebe-se que há barreiras em estruturar, experimentar e inovar esses métodos de ensino inovadores, tanto por um certo preconceito do corpo docente como dos próprios alunos quando se apresentam essas metodologias ágeis.

Ainda que o avanço tecnológico se apresente de forma constante em nossa sociedade cada vez mais moderna e globalizada, os docentes encontrados nas escolas se caracterizam como profissionais metódicos e tradicionais que não buscam se atualizar, se mantendo ortodoxos em relação ao conhecimento. Certamente, o controle e a responsabilidade do professor a despeito dos conteúdos são de principal magnitude para o processo de inovação. Porém, as práticas educacionais inovadoras demandam que desenvolva se um novo aluno, que não participa do processo de aprender apenas como coadjuvante, mas sim como ator principal, assim tendo disciplina e se tornando cada vez mais autodidata. Sendo que o professor dessa geração de alunos, precisa ser motivado a sempre se atualizar e aprender novas coisas mudando suas práticas educacionais tradicionais.

As inovações surgem como um processo radicado na reflexão sobre as práticas e no compromisso com o seu trabalho, no qual os professores se apoiam e inspiram no esforço que lhes é exigido. É necessário que exista nos professores uma disposição para inovar, mas, também, para aceitar a inovação da própria inovação, ainda que se materializem em acréscimo de trabalho momentaneamente, até a incorporação dessas inovações nas práticas diárias de trabalho.

Neste contexto, espera-se que a ação das escolas e docentes seja estimulada e apoiada por políticas governamentais, assim como, também pelas famílias dos alunos e, por conseguinte, todos os envolvidos no processo devem ser considerados para tomarem parte de todas as etapas de implementação das inovações propostas.

É preciso considerar mais do que os processos racionais da instituição, pois a implementação de um novo comportamento passa pela mudança de cultura das organizações, incluindo-se as organizações governamentais e voltadas ao ensino.

Para realizar a mudança cultural é necessário que as justificativas do comportamento também sejam mudadas, o que pode significar que as mudanças têm que se basear em razões intrínsecas, em novos valores e novas crenças.

4. REFERENCIAS

BROCH, I. K. Ações de promoção da pluralidade linguística em contextos escolares. (2014). Disponível em: <https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/…/000930127.pdf>. Acesso em: 02 ago. 2016.

BRUNO-FARIA, M.; FONSECA, M. V. Cultura de Inovação: Conceitos e Modelos Teóricos. Revista de Administração Contemporânea, Jul./Ago. 2014: 372-396.

CARDOSO, A. P. P.O.  Educação e Inovação.  Millenium, 1997.

CHECCHIA, B.; PALOMO, C. El docente del futuro. Comité Editorial 4.3 (2013).

DIAS, Â. A. C., et al. Tecnologias na educação e formação de professores. Brasília: Plano (2003).

FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática docente. São Paulo, SP: Paz e Terra, 1996.

GÓMEZ, G. O. Podemos ser mais criativos ao adotar a inovação tecnológica em educação? Uma proposta em comunicação. MATRIZes – Revista do Programa de Pós Graduação em Ciências da Comunicação da Universidade de São Paulo. (2009): 209-216.

MEZZARI, A. O Uso da Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP) como Reforço ao Ensino Presencial Utilizando o Ambiente de Aprendizagem Moodle. Rev. Bras. de Educação Médica. 35 (1). 2011: 114-121.

MORAN, J. M. Educação inovadora na Sociedade da Informação. ANPED: São Paulo (2006).

PESSOA, N. A Cultura como Práxis. Cronos, Natal/RN. V.8, n.2, p. 619-623, julho/dezembro. 2007.

REY, G. Indústrias culturales, creatividad y desarrollo. Agência Española de Cooperación Internacional para el desarrollo, 2009.

SANTOS, G. L. (Organizador). Tecnologias na Educação e Formação de Professores. Brasília: Plano, 2003.

SANTOS, J. L. O que é cultura. São Paulo: Brasiliense, 2003.

TOMAÉL, M. I.; ALCARÁ, A. R.; DI CHIARA, I. G. Das redes sociais à inovação. Ciência da informação, Brasília, v. 34, n. 2, maio/ago. 2005: 93-104.

TYLOR, S. E. B. Primitive culture: researches into the development of mythology, philosophy, religion, art, and custom (Cultura Primitiva),1920.

VELHO, G.; VIVEIROS, E. B. O conceito de Cultura e o estudo das sociedades complexas: uma perspectiva antropológica. Artefato: Jornal de Cultura. Rio de Janeiro: Conselho Estadual de Cultura, n. 1, Jan. 1978.

[1] Especialização em Linguagem Códigos e Tecnologias em Português e Inglês; Licenciatura em Professora Pedagoga Magistério.

[2] Orientador.

Enviado: Janeiro, 2020.

Aprovado: Outubro, 2020.

Rate this post
Maria de Nazaré Lima Damasceno

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

POXA QUE TRISTE!😥

Este Artigo ainda não possui registro DOI, sem ele não podemos calcular as Citações!

SOLICITAR REGISTRO
Pesquisar por categoria…
Este anúncio ajuda a manter a Educação gratuita