Administração

Economia criativa: uma análise socioeconômica e ambiental do Museu do Caju do Município de Caucaia – Ceará

RELATO DE CASO

SILVA, Aline Kelly Saraiva da [1], SOARES, João Luis Josino [2]

SILVA, Aline Kelly Saraiva da. SOARES, João Luis Josino. Economia criativa: uma análise socioeconômica e ambiental do Museu do Caju do Município de Caucaia – Ceará. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 09, Ed. 09, Vol. 01, pp. 79-102. Setembro de 2024. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/administracao/museu-do-caju, DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/administracao/museu-do-caju

RESUMO

Pequenos museus privados convivem diariamente com a escassez de recursos e apoio estatal, dificultando a realização e alcance de seus projetos, carecendo de gestões dinâmicas apoiadas nas premissas da Economia Criativa (EC). O objetivo desta pesquisa foi analisar a viabilidade social, econômica e ambiental do Museu do Caju. Para tanto, utilizou-se de uma pesquisa exploratória, de caráter descritivo com abordagem qualitativa baseada em um estudo de caso. Os resultados apontaram que o Museu do Caju (MC) é fruto do empreendedorismo cultural do pesquisador e turismólogo, Gerson Linhares, e como a maioria dos pequenos museus, sofre com a inconstância dos recursos financeiros. Apesar dessa realidade, e mesmo empiricamente, o MC tem se utilizado de premissas da EC ao estabelecer parcerias com a comunidade de pessoas ligadas à cajucultura, sobretudo os pequenos produtores rurais, artesãos, artistas plásticos, entre outros, promovendo geração de renda e proporcionando lazer, cultura e ações de sustentabilidade ambiental. Conclui-se que a construção de redes de colaboração e articulação econômica e sociocultural, ampliando a utilização dos conceitos da EC, pode ser um caminho capaz de promover seu reconhecimento na comunidade e fora dela, assim como colaborar para sua manutenção financeira e, consequentemente, ampliar suas ações e atividades.

Palavras-chave: Caju, Economia Criativa, Museus.

1. INTRODUÇÃO

A economia atual tem se mostrado bastante dinâmica, com reestruturações constantes, novas parcerias e configurações produtivas e não pode mais ser tratada/entendida de forma limitada, haja vista que, mais do que nunca, está sujeita a mudanças causadas pela globalização dos mercados. Dentro desta realidade tem se destacado a Economia Criativa (EC).

A Economia Criativa, embora já embrionária na década de 1990, teve esse termo cunhado pelo pesquisador inglês John Howkins, em 2001. A EC surgiu pela necessidade de perceber o crescimento econômico com base no capital intelectual e na criatividade, distanciando-o do modelo industrializado, engessado e com diversos padrões e premissas específicas.

No Brasil, em 2011, o Ministério da Cultura inovou com a criação de uma secretaria específica nessa área (Secretaria de Economia Criativa – SEC) para desenvolver a EC no país, cuja primeira iniciativa foi elaborar um plano de ação para criar renda a partir do fortalecimento da economia e do gerenciamento dos recursos, em especial, da cultura. Esta medida repercutiu a declaração da “Nação Criativa”, feita pela Austrália e pelo Reino Unido no início dos anos 1990 (Cruz, 2014); nesse período, também foi desenvolvido o primeiro conceito de indústrias criativas, que são “[…] aquelas [cujas] atividades têm sua origem na criatividade, habilidade e talento individuais, assim como possuem o potencial de criar empregos e riqueza através da geração e exploração da propriedade intelectual” (Bop Consulting, 2010). Além das constantes nessa conceituação, também foram identificadas como indústrias criativas (IC) as seguintes áreas: “Arquitetura, Arte e Antiguidades, Artes Cênicas, Artesanato, Cinema e Vídeo, Design, Design de moda, Edição, Publicidade, Música, Software interativo de entretenimento, Software e serviços de informática, Rádio e TV” (Idem, p.13-14). De acordo com Cruz (2018), “[…] se as indústrias criativas são os empreendimentos, a Economia Criativa será o seu setor de atuação”.

No âmbito cultural brasileiro, a EC tem se apresentado como uma política capaz de prover renda às instituições culturais que infelizmente, sobrevivem com os poucos recursos federais, estaduais e municipais e, ainda menos, investimentos privados, como é o caso do Museu do Caju, localizado em Caucaia-CE.

Criado por um especialista em turismo cultural, Gerson Linhares, o Museu do Caju é uma iniciativa cultural de pequeno porte, cujo acervo é formado por uma série de manifestações culturais que se utilizam do caju tanto como matéria-prima e ou como inspiração na criação de livros, pinturas, fotos, esculturas e peças artesanais utilitárias e de decoração, entre outras. E, assim como boa parte dos museus, sobretudo aqueles que não recebem grande apoio estatal e privado, o referido museu carece de ações que assegurem sua longevidade e relevância social, econômica e ambiental. A partir desse contexto surge o seguinte questionamento: Qual a viabilidade social, econômica e ambiental do Museu do Caju, situado no município de Caucaia, Ceará?

Para responder a esse questionamento, este trabalho tem como objetivo geral analisar a viabilidade social, econômica e ambiental do Museu do Caju, situado no município de Caucaia-CE, além dos seguintes objetivos específicos: a) verificar a relação socioeconômica estabelecida pelo Museu do Caju; b) pontuar as ações ambientais realizadas pelo Museu do Caju; c) apresentar as ações desenvolvidas pelo Museu do caju como valorização cultural.

Este estudo se justifica por tratar de uma temática pouco explorada e, relativamente, recente, com poucos estudos publicados relacionados ao Museu do Caju (MC). E, além disso, é uma matéria de interesse tanto da pesquisadora quanto do próprio museu, constituindo-se em um documento de pesquisa desenvolvido com o intuito de aprofundamento da temática e registro das ações do MC e sua relação com a sociedade para estimular os aspectos culturais, tendo contribuição prática para a instituição e a sociedade.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS E CULTURAIS DO CAJU

O cajueiro, pertencente à família Anacardiaceae, é uma das espécies mais importantes de árvores cultivadas nas regiões tropicais e é dividido em dois tipos apenas: o cajueiro comum ou gigante e o cajueiro-anão-precoce. Sua capacidade de adaptação a solos proteicamente pobres, às regiões de temperaturas médias altas e de baixa precipitação pluviométrica fez dela uma das mais importantes fontes de renda para a Região Nordeste do Brasil (Serrano; Pessoa, 2017).

De acordo com Mota (2011), o cajueiro tem sido objeto de admiração desde que os portugueses aportaram, principalmente nas praias nordestinas. Uma circunstância interessante em relação ao cajueiro é o fato de que as pessoas pensam que o seu fruto é o caju, quando, na realidade, é a castanha; o caju é um pedúnculo (Idem). Este contexto faz com que o cajueiro seja uma das árvores mais versáteis quanto aos seus usos e aplicações, além de possuir grande relevância socioeconômica e cultural.

Os aspectos socioeconômicos do caju são aproveitados tanto pelos grandes produtores e beneficiadores quanto pelos pequenos agricultores. Entre 2014 e 2018, as exportações da Amêndoa da Castanha de Caju (ACC) do Brasil, somaram US$ 572,8 milhões (Conab, 2020). Além disso, os diversos subprodutos também demonstram sua relevância socioeconômica: a casca da castanha do caju é uma importante biomassa capaz de gerar energia em abundância ou ajudar no beneficiamento da ACC (Figueiredo, 2009); a película que reveste a ACC é utilizada para compor o preparo de rações e é rica em compostos fenólicos, podendo ser usada na composição de produtos para o combate aos radicais livres e envelhecimento celular (Cavalcante, 2014); somente nos Estados do Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte, a cajucultura gera cerca de 51 mil empregos diretos e indiretos (ICB, 2021); mundialmente, as mulheres correspondem a 60% da força de trabalho, sobretudo nas fábricas de beneficiamento de caju (ICB, 2020), entre muitas outras.

Em torno do caju e seus muitos derivados se organizam diversas manifestações culturais como festivais, feiras e outras festividades em diversas cidades nordestinas, principalmente. Essas festividades se prestam a difundir as mais diversas formas de expressões artístico-culturais baseadas no caju, como o artesanato, a culinária etc.

Para além das relevâncias socioculturais citadas, outros produtos derivados do caju ainda podem ser citados, como: carne de caju – muito utilizada em hamburgers vegetarianos e veganos; doces; corante amarelo; vinhos; licores; sorvetes; refrigerantes etc. (Santili, 2015), além de diversas funções medicinais, pois o caju é rico em fibras, vitamina C, zinco, ferro, entre outras substâncias importantes (Novaes; Novaes, 2021). Complementando, cita-se, ainda, a análise de Magalhães (1997):

A diversidade de usos é tal que ele já saltou para fora do uso direto e já tem os usos simbólicos. Medidor de tempo, divisor de espaço temporal: antes e depois da chuva do caju. Você tem objetos de arte usando o caju; mobiliário com trabalhos de talha feitos com caju; pintura feita com uso do caju, poesia citando caju, literatura em torno do caju, música em torno do caju. Enfim, ele entra numa penetração multifacetada na comunidade que o configura como objeto cultural.

A cajucultura, por suas características já citadas, sobretudo as culturais, está inserido em determinados nichos, naquilo que preconiza a Economia Criativa, ou seja, uma área que alia a tradição com os avanços tecnológicos de forma sustentável.

2.2 ECONOMIA CRIATIVA

De acordo com Serra e Fernandez (2014, p. 357), a Economia Criativa (EC) está diretamente ligada às “[…] artes, à cultura, às novas mídias e à criatividade em geral, tem forte conteúdo de intangíveis e requer habilidades especiais da força trabalho, além de apresentar estreita relação com os avanços científicos e tecnológicos”. Trata-se de atividades econômicas que, ligadas às expressões já mencionadas, fazem da criatividade e do conhecimento seus fundamentos essenciais (UNCTAD, 2012).

Em 2004, a UNESCO criou o projeto Rede de Cidades Criativas, cujo objetivo era coordenar e promover a cooperação entre diversas cidades que têm a criatividade como uma de suas principais características socioeconômicas (UNESCO, 2007); essas cidades possuem projetos relevantes ligando a economia às diversas manifestações culturais de seus povos.

No presente século, algumas atividades criativas passaram a ser, também, ligadas à EC. Além das artes tradicionais em geral, como a pintura, teatro etc., diversas atividades ligadas à tecnologia, como softwares, jogos eletrônicos, entre outros, da mesma forma, passaram a integrar as chamadas atividades criativas (DCMS, 2007). Conforme Serra e Fernandez (2014), diversos foros, como: o Observatório de Indústrias Criativas (OIC), da Argentina; o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do Brasil, entre outros, têm dado ênfase à EC.

Embora não seja monopólio de nenhum tipo de organização, sobretudo quanto ao seu poderio e relevância econômica, a EC se destaca nas organizações de pequeno porte que se baseiam na sustentabilidade, inclusão social e diversidade cultural (Almeida; Dias, 2021; UNCTAD, 2012). Esse contexto faz com que a EC esteja, constantemente, orbitando pela economia do conhecimento[3] e a economia da cultura[4].

E, de acordo com Cruz (2018, p. 4), “a Economia Criativa propõe um novo modelo de negócio nas áreas culturais e artísticas, preferencialmente, para os pequenos negócios […], nomeadamente, a partir da Lei Rouanet e das leis estaduais […]” no Brasil. Ainda no Brasil, os empregos relacionados à EC beneficiavam mais de 30 milhões de trabalhadores, conforme apontam os dados do Censo 2010 compilados por Oliveira, Araújo e Silva (2013).

Com sua base firmada na inclusão social, desenvolvimento sustentável e diversidade cultural, a EC possui uma série de possibilidades de aplicações em empreendimentos culturais, como os museus, haja vista que são capazes de fomentar o desenvolvimento econômico, sobretudo nas comunidades onde estão inseridos, tal qual o Museu do Caju, localizado em Caucaia-CE.

2.3 MUSEU DO CAJU

A expressão Museu vem do grego Museion, que quer dizer templo das musas; o termo também designava o ambiente onde sábios e filósofos se reuniam (Lima, 2012). Contudo, como conhecemos hoje, os museus se referem aos patrimônios histórico-culturais de um povo, raça e nação, sendo obrigação do poder público e da sociedade civil conservá-los.

Os museus podem ser de vários tipos e finalidades distintos, mas, via de regra, são lugares em que estão compiladas obras, documentos, intervenções artísticas, e diferentes formas de conhecimento e informação, que vão além do registro do tempo, uma vez que são repletos de detalhes preciosos para o desenvolvimento intelectual, moral e ético do homem (Idem); o Museu do Caju, como não poderia deixar de ser, reflete e até amplia todos esses conceitos.

Criado e administrado pelo especialista em turismo cultural, Gerson Linhares, em 2007, o Museu do Caju (MC) é o primeiro museu do mundo, exclusivamente, dedicado ao caju. Localizado em uma chácara com cerca de cinco mil metros quadrados, o MC possui mais de 400 m2 de área construída onde são abrigados parte dos acervos do museu (quadros, livros, esculturas, artesanato etc.), e onde são realizadas exposições temporárias, visitas conduzidas, oficinas gastronômicas, além de contar com uma pequena loja onde são comercializados diversos produtos derivados do caju, itens feitos por diversas pessoas, associações e coletivos culturais locais.

3. MATERIAIS E MÉTODOS

Trata-se de uma pesquisa exploratória, de caráter descritivo, com abordagem qualitativa baseada em um estudo de caso. As pesquisas exploratórias se valem de fontes primárias de dados, como as entrevistas, enquanto as descritivas buscam descrever características tanto de determinadas populações quanto de instituições, principalmente, quanto às suas influências na comunidade em que estão inseridas (Gil, 2008).

A escolha do estudo de caso deveu-se ao fato de esse tipo de estudo permitir a investigação, em profundidade, do objeto do estudo do pesquisador, ampliando o conhecimento sobre esse mesmo objeto (Idem). Segundo Yin (2005, p. 32), “o estudo de caso é um estudo empírico que investiga um fenômeno atual dentro do seu contexto de realidade, quando as fronteiras entre o fenômeno e o contexto não são claramente definidas e no qual são utilizadas várias fontes de evidência”. E, para Gil (2008), o estudo de caso pretende descrever situações e contextos intrinsecamente ligados àquilo que se investiga, dando a conhecer as suas causas e complexidades que não podem ser explicadas através de experimentos padronizados ou pela simples compilação de dados.

Tendo em mente que cada instituição, por mais que se enquadre em um padrão genérico dentro de sua área de atuação, possui características muito próprias e que só são percebidas naquele lugar, a pesquisa qualitativa é a que melhor se encaixa para o presente estudo sobre o Museu do Caju, localizado em Caucaia-CE. Corroborando o exposto, Minayo (2001, p. 21-22) afirma que:

[…] a pesquisa qualitativa se preocupa, nas ciências sociais, com um nível de realidade que não pode ser quantificado. Ou seja, ela trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis.

As questões qualitativas tratam da síntese, mesmo abstrata, dos dados e sua organização de acordo com os objetivos do estudo, assim como da apresentação desses mesmos dados, sua ordenação, de forma a permitir que se estabeleçam semelhanças e distinções dentro das análises possíveis, e conclusão ou verificação, momento em que os dados são revisados, assim como seus significados, de maneira que as conclusões que surgirem possam ser confirmadas o mais inequivocamente possível (Gil, 2008).

As técnicas de pesquisa utilizadas foram a bibliográfica e uma entrevista utilizando um questionário. A pesquisa bibliográfica serviu como embasamento teórico sobre os tópicos específicos relacionados à temática em estudo, pois, conforme Minayo (2001, p. 53), ela “[…] coloca frente a frente os desejos do pesquisador e os autores envolvidos em seu horizonte de interesse [e] tem como lugar privilegiado de levantamento as bibliotecas, os centros especializados e arquivos”.

Tratando-se de uma pesquisa primária, a escolha do questionário como instrumento de coleta de dados deveu-se à impossibilidade de uma entrevista in loco com o educador, pesquisador e turismólogo cearense, Gerson Linhares, que gerencia o Museu do Caju, haja vista estar com muitas demandas do museu, conforme explicou.

O questionário, nesse caso específico, foi precedido de uma explanação da motivação e dos possíveis alcances que o estudo poderia proporcionar à instituição, assim como o prazo previsto para a sua devolução, devidamente respondido, como sugerem ser o ideal, Marconi e Lakatos (2003).

Com base nesse contexto, desenvolveu-se um questionário com 23 perguntas divididas nos seguintes tópicos: a) Informações introdutórias sobre o museu e seu proprietário contendo 13 perguntas que dá 57%; b) Conhecimento e apropriação dos conceitos/ideias da economia criativa com 7 perguntas que dá 30%; na área da comunicação contendo 3 perguntas que dá 13% (Apêndice 1); o questionário foi enviado ao respondente no dia 05/04/2023 e devolvido, totalmente respondido, no dia 19 do mesmo mês e ano.

Para a análise dos dados escolheu-se o método indutivo, pois pode ser aquele que melhores resultados ofereçam ao pesquisador, haja vista que, em um primeiro momento, não se busca a generalização, mas a observação do fenômeno analisado, contexto fundamental nas ciências sociais (Gil, 2008). Esse tipo de análise é “[…] um processo mental por intermédio do qual, partindo de dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou universal, não contida nas partes examinadas” (Marconi; Lakatos, 2003, p. 86). Dessa forma, espera-se que as conclusões sejam mais amplas do que os conhecimentos e acontecimentos observados de forma teórica ou observacional (Idem).

Assim, as análises dos resultados obtidos neste estudo se estabeleceram nas já citadas áreas de pesquisa constantes no questionário aplicado, ou seja: informações sobre a instituição e o proprietário; economia criativa; e comunicação, como podem ser apreciadas no próximo tópico.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Antes de adentrar diretamente na tabulação dos dados colhidos com o Sr. Gerson Linhares, proprietário/coordenador do Museu do Caju, faz-se necessário chamar a atenção para a importância do museu, sua função na sociedade atual. Para Argenta (2013. p. 150), os museus são “[…] espaços de afirmação de identidades e salvaguarda de conhecimentos e memórias […]” e esses espaços públicos e coletivos devem considerar o atendimento às necessidades, às vezes silenciadas, das comunidades em que estão localizados (Idem).

Na “Missão dos Museus da América Latina Hoje”, documento constante da Declaração de Caracas (1992), existe uma afirmativa citada por Primo (1999, p. 249) que destaca que, sobretudo na América Latina, os museus são [devem ser] “[…] instrumentos eficazes para o fortalecimento da identidade cultural de nossos povos […], imprescindível para a tomada de consciência da preservação do meio ambiente, onde o homem, natureza e cultura formam um conjunto harmônico e indivisível”. Pode-se acrescentar no contexto expressado as questões socioeconômicas, nas quais os museus podem ser um dos atores mais relevantes. Isto posto, iniciam-se as análises dos dados desta pesquisa.

4.1 O MUSEU DO CAJU – ASPECTOS SOCIOCULTURAIS

Embora já embrionário, em 1995, o Museu do Caju só foi inaugurado no dia 1 de setembro de 2007, idealizado pelo educador, pesquisador e turismólogo cearense, Gerson Linhares, tendo como benfeitora a Sra. Rita Miranda Linhares. O principal objetivo do MC é trabalhar a temática do caju cajueiro do Brasil com seus múltiplos olhares culturais; o MC é um museu social comunitário ligado ao Instituto Ceará Cultura (ICC), com cadastro no Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM), instituição ligada ao Ministério da Cultura (MinC).

Localizado em sede própria, uma chácara com 5 mil/m2, no município de Caucaia-CE, o MC é o único museu do mundo voltado para a cajucultura. Na sede do museu, três exposições com múltiplos olhares estão à disposição dos visitantes: Meu Caju Cajueiro, com um acervo de cerca de 5 mil peças, destacando-se 300 obras de arte de artistas nacionais; Ceará Caju, com cerca de 100 fotos; e Cajueiro Santo, contando com 70 peças sacras, todas enfatizando a temática do caju; destaque para uma ala que contém diversas peças produzidas por idosas, artesãs ligadas ao MC. Além disso, existe uma lojinha que oferece mais de 300 opções de produtos ligados ao caju e feitos a partir do caju (rapadura, doces, mel, cajuína, licor, castanha, cachaça de caju, etc.), além de um restaurante de comidas regionais que abre aos domingos.

Os visitantes habituais do MC são grupos de estudantes de escolas públicas e particulares, associação de idosos, ONGs etc. – de segunda a sexta; famílias e turistas, aos finais de semana. Gerson Linhares lamenta que o público infantil, sobretudo das escolas públicas do município e localidades próximas, não tenha programações frequentes de visitação ao MC, assim como a outros museus. Corroborando o exposto, Carvalho e Lopes (2016, p. 912) acreditam que existe a “necessidade de se pensar espaços de inclusão para o público da Educação Infantil que visem ao estímulo de seu desenvolvimento, considerando sua capacidade de observação, cognição e criação em todos os aspectos, inclusive os culturais”.

Sem fins lucrativos, o MC é um empreendimento sociocultural importante, pois desenvolve parcerias com cerca de 150 famílias produtoras de caju em diversos municípios cearenses, além de artesãos e cordelistas que expõem seus produtos no MC. Ademais, pela sua relevância, o MC já desenvolveu diversas parcerias com faculdades, ONGs, associações e empresas privadas do ramo do caju, do turismo e da cultura, além da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Esse cenário propiciou o reconhecimento nacional em 2017, através do Prêmio do Patrimônio Cultural Nacional, do MinC.

4.2 O MUSEU DO CAJU – ASPECTOS ECONÔMICOS

Como já informado, o MC não possui fins lucrativos e se mantém através de parcerias esporádicas com a iniciativa privada e particulares, principalmente, pela cobrança de entrada no museu, além da comercialização de produtos derivados do caju e da castanha, como alimentos e bebidas, artesanatos, artes plásticas, cordéis, fotos, todos com a temática do caju, à disposição dos interessados no próprio local e nas feiras itinerantes. Também existe a possibilidade de recursos advindos de projetos selecionados em editais das Secretarias de Cultura Municipal e Estadual que, no entanto, não possuem constância, tampouco certeza de aprovação e recebimento; todos os recursos arrecadados são direcionados para a manutenção e funcionamento do museu, pessoal de apoio, ações pedagógicas, culturais e ambientais.

O administrador do MC não faz nenhuma retirada pessoal dos recursos financeiros arrecadados, pois, segundo afirma, a iniciativa de criar o museu se deveu ao seu empreendedorismo sociocultural e ambiental na busca pela valorização da cajucultura no Estado do Ceará. Gerson Linhares também chama a atenção para a importância econômica dessa cultura para o Brasil e para o Ceará, ressaltando, entretanto, que este contexto não encontra paridade na promoção e divulgação do caju como relevante produto turístico, cultural e ambiental.

Todo esse cenário faz com que o MC passe por muitas dificuldades financeiras, pois, desde a sua criação, não conta com mantenedores, públicos, privados ou particulares que contribuam de forma frequente, realidade generalizada nesse segmento, como aponta Cândido (2018). As próprias empresas da cajucultura, salienta o Sr. Gerson, poderiam ser contribuintes fixos e, em contrapartida, ganhariam outro espaço para divulgar suas marcas e produtos.

Esse contexto tem chamado a atenção dos próprios visitantes do MC, que, frequentemente, demonstram sua indignação pela falta de apoio, sobretudo da Secretaria de Cultura do município de Caucaia. Como afirma Cândido (2018, p. 4), a cultura sempre teve inúmeros desafios, especialmente o museu, “[…] instituição que demanda recursos financeiros e administrativos, equipe e espaço diferenciados para sua existência”, sobretudo em virtude da cultura contemporânea que coloca o passado e o futuro como menos importantes que o presente (Idem).

4.3 O MUSEU DO CAJU E A ECONOMIA CRIATIVA

No MC, o Sr. Gerson Linhares acredita que a Economia Criativa (EC) já faça parte do dia a dia, pois existe, a parceria com as famílias produtoras rurais, artesãos, cordelistas e artistas plásticos. E, quando perguntado se é possível identificar inovação e criatividade nos produtos e serviços do MC, obteve-se o “sim” como resposta, pois há o incentivo e a valorização, principalmente do artesanato sustentável, na confecção de peças com materiais que iriam para o lixo, através do projeto EcoArte Caju, e a preservação de uma das últimas chácaras de Caucaia, com mais de 80 anos, que traz impactos positivos ao meio ambiente.

Quanto aos impactos socioeconômicos e culturais do MC na comunidade de seu entorno e até em outras localidades, estes podem ser observados na geração de renda para 150 famílias parceiras, moradoras de 20 municípios produtores de caju, nas peças e produtos derivados do pedúnculo e da castanha que estão à disposição do público no museu. Em Fortaleza, os impactos socioeconômicos e culturais estão presentes na parceria com a Rede de Mulheres Empreendedoras Sustentável (REMES) e a ONG Caminhos de Iracema, que também tem proporcionado visitas de estudantes de escolas públicas e privadas ao MC.

As metas econômicas e sociais do MC têm sido alcançadas em parte, reflexo da falta de apoio estatal e privado de forma mais constante; “Falta visibilidade”, diz o Sr. Gerson que, com esta fala, quer chamar a atenção para o baixo investimento na divulgação do MC e suas ações, haja vista a relevância do museu que ele acredita ser o maior do mundo voltado para a temática do caju.

Somando-se a essa realidade, o MC não possui reconhecimento estatal (federal, estadual e municipal), nas áreas afins, ou seja, cultura, turismo, meio ambiente, agricultura e ação social, tanto financeiramente quanto na promoção e divulgação do próprio museu e suas ações. Uma forma de sair dessa realidade já tem sido implantada em alguns estados, com a inserção dos museus comunitários em rotas turísticas alternativas, como as regiões ribeirinhas da Amazônia e favelas do Rio de Janeiro e São Paulo (Argenta, 2013). Essa realidade só é possível com a ajuda da própria comunidade que, além de divulgar esses museus, também servem como guias; o investimento não se restringe ao investimento financeiro (Idem).

4.4 A COMUNICAÇÃO NO MUSEU DO CAJU – A BUSCA PELA VISIBILIDADE

A influência das redes sociais no comportamento das pessoas e grupos em tudo o que o ser humano projeta é afetada pelas relações sociais que desenvolve (Mizruchi, 2006). Da mesma forma, nos museus, o uso das redes sociais representa uma oportunidade de promover suas ações, atividades, projetos, acervos, assim como desenvolver maior proximidade e visibilidade com a sua comunidade, assim como para com os mais diversos públicos e possíveis parceiros (Matos, 2013).

No MC, os instrumentos de comunicação utilizados e reconhecidos restringem-se a duas redes sociais: o Facebook, onde conta com 8,9 mil seguidores; e o Instagram, com 15,7 mil. Nestas redes, além das comunicações de exposições, programações especiais, fotos dos acervos, de produtos e de visitantes, telefone para contato e marcação de visitas, também é possível ver vídeos de youtubers sobre o museu, e até matérias de telejornais cearenses.

Outra forma de comunicação e visibilidade utilizada pelo MC são suas exposições itinerantes, “Meu Caju Cajueiro”, realizadas tanto na capital do Estado, Fortaleza, quanto nos diversos municípios produtores de caju no Ceará.

Para Cândido (2018), no entanto, muitos museus têm buscado nas associações uma forma de enfrentar as dificuldades, principalmente financeiras e de gestão, para compartilhar projetos de comunicação de exposições e eventos. Se inserir em projetos como circuitos culturais também pode se tornar oportunidade de divulgação e visibilidade para os pequenos museus (Cândido, 2018). No entanto, a autora adverte que a comunidade deve ter conhecimento da existência do museu, conhecimento construído não só por ações de marketing, mas, e principalmente, pelo diálogo.

Por fim, acredita-se que uma aposta bastante interessante para a sobrevivência e longevidade de instituições culturais como os museus, inclusive o Museu do Caju, está naquilo que Pamponet (2013) descreveu como “modelos de funcionamento baseados em rede”. Segundo Argenta (2013, p. 156), Pamponet acredita que […] a aposta é que as instituições museológicas possam estruturar suas ações de maneira colaborativa e compartilhada, reconhecendo e valorando saberes e conhecimentos inexplorados pela economia tradicional”. Reconhece-se o valor dessa proposta e entende-se ser bastante viável, bastando que os diversos institutos museológicos passem a discutir, com profundidade, esta agenda, pois:

Afinal, fontes de financiamento podem se esgotar, financiadores podem modificar seu foco e, em algum momento, deixar de apoiar financeiramente a instituição. Mas tendo respaldo e representatividade no seu espaço, fazendo a diferença para sua comunidade de abrangência, se articulando em rede, o museu poderá contar com o apoio, com o conhecimento e com a capacidade de articulação dos integrantes de sua rede, conferindo força à instituição. Do contrário, extingue-se juntamente com a sua fonte de recursos (ARGENTA, 2013, p. 155-6).

A partir de tudo o que foi exposto, pode-se afirmar que os museus são espaços socioculturais importantes que, para além de simples espaços de contemplação e utilização estética, podem promover a pesquisa, ser fonte de inspiração e construção identitária de um povo.

5. CONCLUSÕES

Reconhece-se que a gestão de pequenos museus não é um trabalho fácil, sobretudo pela sensação de abandono estatal, mas o Museu do Caju, seu idealizador, parceiros sociais e culturais, tem demonstrado resiliência buscando, mesmo de forma não deliberada e conceitual, mudar esse estado de coisas aplicando algumas premissas da Economia Criativa, como a parceria comunitária, a criatividade de suas ações e o cuidado com a cultura, o meio ambiente e a sustentabilidade que tem beneficiado diversas famílias, inclusive financeiramente, assim como proporcionando lazer e conhecimento a todos que o visitam. Contudo, reconhece-se que ainda há um longo caminho a ser trilhado, sobretudo na construção/articulação de redes de colaboração e articulação que possam ampliar a utilização dos conceitos da EC no museu, caminho que se crê ideal para manutenção e crescimento de suas ações.

Espera-se que esta pesquisa, mesmo dentro da perspectiva da viabilidade econômica de um empreendimento sociocultural e ambiental baseada nos conceitos da EC consiga chamar a atenção da sociedade para a realidade do MC, assim como para panoramas semelhantes, e fomente a valorização e apoio a esses empreendimentos garantindo a sua longevidade. Da mesma forma, espera-se incentivar a academia a aprofundar estudos, sobretudo em termos de pesquisa-ação que busquem alternativas e soluções para a melhor utilização da EC em pequenos museus e afins.

REFERÊNCIAS

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ARGENTA, D. Museus e economia criativa: apontamentos para perspectivas futuras. Cadernos do CEOM – Ano 26, n. 39, p. 149-167, 2013. Disponível em: <https://bell.unochapeco.edu.br/revistas/index.php/rcc/article/view/1737/955>. Acesso em: 26 mar. 2023.

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IMAGENS DO MUSEU DO CAJU E ALGUNS DE SEUS ACERVOS

Figura 01: Fachada do museu do caju

Fonte: Museu do caju – Instagram (2023).

Figura 2: Exposição Ceará Caju

Fonte: Museu do caju – Instagram (2023).

Figura 3: Cachaça, mel do caju

Fonte: Museu do Caju – Instagram (2023).

Figura 4: Exposição Cajueiro Santo

Fonte: Museu do caju – Instagram (2023).

Figura 5: Artesanato

Fonte: Museu do caju – Instagram (2023).

APÊNDICE – NOTA DE RODAPÉ

3. Termo cunhado por Peter Drucker, referindo-se à aplicação do conhecimento como fomentador do desenvolvimento econômico (Serra; Fernandez, 2014).

4. Termo criado em 1965, diz-se das iniciativas que se preocupam com os impactos econômicos das atividades, produtos e serviços culturais (Idem).

[1] Bacharel em Ciências Contábeis. ORCID: 0009-0008-3934-2178. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/6590802049051322.

[2] Mestre em Economia Rural. (Lato Sensu) Especialista em: 1) Tecnologias Digitais Aplicadas à Educação; 2) Marketing, Criatividade e Inovação; 3) Educação, Diversidade e Inclusão Social; 4) Gestão Estratégica Organizacional 5) Tutoria em Educação a Distância; 6) Docência e Gestão na Educação à Distância; 7) Gestão Escolar e Coordenação Pedagógica. Bacharel em Administração. ORCID: 0009-0004-1481-0239. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/4714394538597175.

Material recebido: 05 de março de 2024.

Material aprovado pelos pares: 16 de julho de 2024.

Material editado aprovado pelos autores: 02 de setembro de 2024.

Aline Kelly Saraiva da Silva

Bacharel em Ciências Contábeis. ORCID: 0009-0008-3934-2178. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/6590802049051322.

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